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terça-feira, 13 de março de 2012

Casa avarandada aproveita toras de madeira de 7 m de extensão

Construção:


O terreno é um declive que, de ponta a ponta, apresenta uma diferença de nada menos que 20 m de altura. “Essa situação resolveu muito bem a questão da privacidade”, conta a arquiteta paulistana Mariana Viégas, autora do projeto 300 m². Implantada num platô na parte mais baixa do lote, a casa avarandada – como pedem as construções no quente interior paulista – deve seu formato de vagão ao desenho da estrutura: uma imensa coluna vertebral de cumaru que aproveita as toras da madeira em sua extensão máxima, 7 m.

Toras de madeira definem a largura da construção.

Os beirais largos (1,20 m) e as varandas que sombreiam o andar de baixo ajudam a proteger os ambientes do sol forte. No piso superior, dois dos quartos se voltam para a face norte, que, além da insolação ideal, oferece uma das vistas mais privilegiadas do condomínio. Já a varanda do térreo pode ser integrada ou, nos raros dias frios, isolada da sala com lareira por meio do simples abrir e fechar das portas de cumaru e vidro. “Dali também se aprecia muito da paisagem”, diz a arquiteta. 

O cliente fazia questão de uma casa de madeira. Ela aparece também no piso (Segmento) e na caixilharia, evidentes na foto acima, que mostra a entrada, no piso superior. Ambos utilizam cumaru, mesma espécie da estrutura. 

Apesar das altas temperaturas do verão, a ventilação cruzada resolve o conforto térmico no térreo. “O ar-condicionado foi necessário apenas no piso superior”, conta Antonio João Garcia, engenheiro responsável pela construção. 

Implantação. O lugar escolhido para a casa segue um caminho natural, que já existia antes da ocupação. Longe de ser um obstáculo, o grande desnível isola a construção dos vizinhos. “Demorei 20 anos para achar um terreno com essas características”, diz o proprietário, que encontrou a discrição que desejava, sem perder a vista que o arrebatou duas décadas atrás. Cobertura. Chapas de OSB de 20 mm sobrepostas por manta de subcobertura isolante termoacústica reforçam a proteção contra o calor. Além disso, atenuam o som das tempestades de verão. “Como as telhas são metálicas [Ananda Metais], o barulho da chuva batendo no telhado poderia incomodar”, diz o engenheiro Antonio João Garcia. 

O nicho da lareira (à esq.) está encravado na única parede espessa da construção, fechada com alvenaria e necessária para ajudar a suportar a grande estrutura vazada de madeira. “Além disso, ela abriga um shaft que concentra toda a tubulação hidráulica, elétrica e o equipamento de ar condicionado”, conta Mariana Viégas. 

A busca por privacidade fez com que o proprietário escolhesse um terreno rebaixado dentro do condomínio. “Mas apreciar a paisagem era também um desejo, por isso deixamos a entrada na parte de cima, respeitando na implantação o caminho já existente no lugar. Pudemos assim envidraçar as áreas de lazer e estar, tornando-as permeáveis ao verde do entorno”, pontua Mariana. 

A única laje da casa fica na ponta destinada ao quarto do casal e configura uma caixa que aumenta os armários. Na área externa, uma piscina de 12,50 m refresca os dias quentes da cidade interiorana, além de ser usada para treinos de natação.

1. Vigas transversais. Os oito pares de toras que compõem as vértebras da estrutura definem a largura do vagão: 7 m. Inteiriças, elas sustentam as toras menores, responsáveis pelo travamento do paliteiro. 2. Vigas longitudinais. Módulos de 2,80 m da mesma madeira compõem o comprimento (cerca de 23 m) da estrutura, que graças a um sistema de travamento permitiu a confecção de uma obra livre de lajes estruturais. 3. Pilares. A fundação e o muro de arrimo que permitiram o uso do esqueleto de madeira levaram cerca de dois meses e meio para ficarem prontos. Levantar os pilares e as vigas consumiu 45 dias. “Montar a casa foi a parte mais simples”, recorda Antonio João Garcia. 


Médico, diretor de um dos maiores hospitais de são Paulo, o proprietário começou a sonhar com esta construção há 25 anos. “a região foi o primeiro destino de férias com minha mulher depois que nasceu nosso filho mais velho”, lembra ele. “Decidi ter lá uma casa de verão, que, quem sabe, poderia se tornar mais tarde nosso endereço definitivo.” Por isso, apesar do ar bucólico da morada, ela conta com infraestrutura adequada a uma ocupação cotidiana, com escritório e áreas de armazenagem. “Cada vez estamos mais lá.”. Área: 300 m² Ano do projeto: 2005 Conclusão da obra: 2007 Projeto: Cássia Buitoni, Luciana Yamamura e Mariana Viégas /bvy arquitetos Projeto estrutural: Hélio Olga/Ita Construtora Construção: Antonio João Garcia Móveis: Fernando Jaeger 

Fonte:casaabril


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